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Mostrando postagens de 2010

“Quem para de competir no Brasil vira bagaço de laranja”

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Medalhista ol í mpico no salto triplo, Nelson Prudêncio é a prova de que o brasileiro precisa pular a falta de incentivo e de políticas eficientes para se imortalizar na história do atletismo Os Jogos Olímpicos da Cidade do México, em 1968, eternizaram uma das mais memoráveis disputas pelo ouro de todos os tempos. Era a final do salto triplo. Na briga pelo lugar mais alto do pódio, o recorde mundial foi quebrado nada menos do que nove vezes. Entre os competidores, o brasileiro Nelson Prudêncio, à época com 24 anos, saltou 17,27 metros, viveu a alegria de ser recordista e, logo depois, foi superado por Viktor Saneyev. Com 17,39 metros, o soviético ficou com o recorde mundial e o ouro. Prudêncio, com a honrosa prata. Quatro anos depois, nas Olimpíadas de Munique, então Alemanha Ocidental, Prudêncio voltou a ganhar mais uma medalha, desta vez de bronze, e cravou definitivamente seu nome na história do atletismo. Somadas a dois vice-campeonatos nos Jogos Panamericanos – Winnipeg, em 19

Craques sem rédea

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No País do futebol e da impunidade, todo craque de bola tem direito a fazer o que bem entende fora das quatro linhas: infringir leis, provocar confusões, protagonizar cenas de violência e desrespeito e depois sair ileso, sem qualquer tipo de punição à altura do ato absurdo que cometeu. A peleja entre o atacante Neymar, dos Santos, e o então técnico do Peixe, Dorival Júnior, é sintomática. Sentindo-se dono do time e da bola, Neymar não aceitou a ideia de passar a vez para que um colega de equipe cobrasse o pênalti contra o Atlético Goianiense. Dedo em riste, achincalhou o treinador, os colegas de profissão e, por tabela, a torcida do Peixe. O agredido Dorival Júnior foi demitido do Santos, duas rodadas depois, por anunciar que sacaria Neymar da partida contra o Corinthians. Numa tentativa de restabelecer um pouco de ordem e respeito na Vila Belmiro, acabou crucificado. Já o agressor Neymar levou uma multazinha de R$ 50 mil – para ele esta quantia é uma multazinha mesmo – e retornou ao

E depois que esta propaganda apareceu na livraria...

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1) Católicos passaram a engolir a hóstia de forma mais fervorosa e três vezes ao dia; 2) Gays empunharam faixas: "Nem só as mulheres são comestíveis!"; 3) O movimento feminista foi às ruas: "Mulher não é produto de consumo!" 4) Donos de prostíbulos venderam o peixe: "Aprecie sem moderação"; 5) E o sujeito que escreveu esta propaganda foi excomungado e perdeu o emprego (deveria ter perdido o diploma) * A dica da propaganda é do professor Antônio Santana. Valeu, "Santanovsky"!

É proibido xingar

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“É proibido xingar/ diz um estatuto que eu li/ é proibido xingar/ pois os homens vão te pegar!”. Em pleno Século XXI, só me faltava essa: censura, mordaça no torcedor de futebol. Dizer impropérios no estádio virou caso de polícia. O juiz marcou um pênalti inexistente contra seu time, o assistente anulou um gol legítimo em plena final de campeonato, a torcida adversária provoca a todo instante? Aguenta coração! E aguenta calado! Se xingar, vai em cana, vagabundo! O mais engraçado disso tudo é que a lei foi sancionada pelo presidente Luis Inácio Lula da Silva, torcedor ferrenho do “Curinthia” e apegado à linguagem popularesca como ninguém. Me poupe, viu. Esqueceram que o xingamento faz parte da cultura popular. 'Filho da puta', por exemplo, pode fazer referência até mesmo aos nossos melhores amigos, com quem temos um grau elevado de intimidade. Mas na arquibancada é crime? Façam-me o favor! Acho que os fazedores de leis deste país deveriam se preocupar em simplificar a lingua

Massa reduz e a hipocrisia avança

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Uma mensagem por rádio, uma reduzida e pronto. O piloto brasileiro Felipe Massa, nossa maior representação na Fórmula 1, virou vilão, frouxo etc. etc. etc. Na terra dos campeões Fittipaldi, Senna e Piquet, Massa desceu de esperança a vergonha nacional. Caiu em desgraça. A Ferrari, então, ganhou a insígnia da antiética, da antidesportividade. Pura hipocrisia. A Fórmula 1 há muito, mas muito tempo deixou de ser uma disputa entre pilotos. Virou peleja entre equipes, entre engenheiros. Diferentemente do futebol, esporte demasiadamente humano em que a decisão de uma partida ou campeonato está exclusivamente nos pés dos melhores atletas, na Fórmula 1 geralmente é o carro quem decide. Mérito para quem trabalha nos bastidores. Na pista, quem conduz a máquina é refém dela. Todo mundo sabe disso, inclusive os fãs da Fórmula 1. A mensagem recebida por Felipe Massa escancara uma situação cotidiana de um esporte milionário, que gera um oceano de dólares, euros investidos e que exigem retorno.

O governador tuiteiro

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Sábio o governador Marcelo Déda. Candidato à reeleição em Sergipe, aproveita o período de campanha para marcar presença forte no twitter. Astuto que só ele, pouco fala sobre política e muito menos se indispõe com oposicionistas. Ao contrário do que faz a maioria dos parlamentares ou postulantes, Déda aproveita a mais badalada ferramenta das redes sociais para expressar sentimentos, sensações, desejos comuns aos cidadãos mais simples. Aproxima-se ainda mais de eleitores de carteirinha e cativa novos eleitores. “Ontem resolvi matar a saudade da pipoca de S. Dias durante a procissão. Fui com tanto gosto que quebrei o dente e tô rindo de banda...Rsrsrs”; “À tarde irei pedir socorro ao Dr. Déda, meu primo e dentista dos bons! O problema é que ele me sacaneia e fica testando meu medo do motor...”; “Bom vou, almoçar. O pessoal aqui de casa tá reclamando que eu tiro o horário do almoço pra tuitar e a comida esfria! Até logo!”. Este é o tom das mensagens de Marcelo Déda, ou melhor, de @Marc

Opressão da pedagogia

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Educadores infantis são desvalorizados dentro e fora das escolas particulares de Sergipe “Qual é a sensação de se sentir tão desvalorizada?”. A pedagoga ouve atentamente à pergunta; ergue ligeiramente um olhar confuso e distante de quem busca a explicação menos dolorosa; embaraça e desembaraça os dedos das mãos, no afã de acomodar o desgosto. E desabafa. “É desconfortável demais, principalmente porque sei que sou uma boa profissional. Se não o fosse, não estaria na mesma empresa há tanto tempo”. A pedagoga não é da rede pública. Ao contrário, trabalha há cerca de dez anos em uma das mais conceituadas e caras escolas particulares da capital. É professora da educação infantil e dedica oito horas diárias da sua vida a ensinar crianças com idades entre 1 ano e 8 meses e 5 anos. Por tudo isso, recebe um salário-base indigno para qualquer profissão, sobretudo a de educador, formadora de todas as outras: quinhentos e poucos reais, equivalentes – que ironia – à mensalidade de um só aluno.

Nem todo soco no Santa Maria é violência

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Foto: Portal Infonet A comunidade do bairro Santa Maria, um dos mais violentos de Aracaju, ganhou através do esporte a oportunidade de enxergar-se de uma forma bem diferente da que costuma esquentar os noticiários policiais. É do Santa Maria a atleta sergipana de maior expressão na atualidade. Aos 17 anos, a pugilista Mirele Cruz, campeã nacional na categoria até 46 quilos e representante de Sergipe na Seleção Brasileira de Boxe, é mais do que uma vencedora. É o exemplo de que a violência pode ser lapidada para o bem, transformada em dignidade e perspectiva de futuro profissional. Basta que as oportunidades sejam criadas. Mirele tinha tudo para engordar as estatísticas do desemprego ou mesmo da Secretaria de Segurança Pública. Tinha tudo para ser mais um ser humano algemado e de olhar voltado para o chão, exposto nas páginas policiais. Filha de um ex-presidiário e uma alcoolista, conviveu com a violência desde cedo, dentro de casa. Pediu esmolas, passou oito anos da sua infância em

Naquela mesa tá faltando eles

O Treze da Paraíba é hoje o líder do Campeonato do Nordeste com 19 pontos. O Confiança, na nona colocação, tem 10. Parece mentira, mas apesar de distantes na tabela, as duas equipes marcaram o mesmo número de gols: 16. O que distancia o Galo da Borborema do Dragão do Bairro Industrial é o saldo de gols contra. O Treze sofreu 11; o Confiança, 18. O time proletário tem a segunda defesa mais vazada da competição, superando apenas o Sergipe, que já teve a rede balançada 19 vezes e “coincidentemente” está na última posição. Cálculo simples, raciocínio elementar. Por mais que o sistema ofensivo do Confiança faça a sua parte, por mais que o centroavante Cristiano Alagoano permaneça na artilharia do Nordestão, a defesa azulina joga qualquer pretensão da equipe pelo ralo. E se é assim numa competição em que times como Sport e Vitória não estão dando muita importância, também pode ser na Série D do Brasileirão. Mas a matemática da diretoria e do treinador do Confiança é meio diferente. Diante

Todo brasileiro tem um quê de argentino

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Brasileiro é engraçado. Quase sempre vota errado, avaliza a bandalheira política, têm seus direitos essenciais violentados e sorri. Faz piada da sua situação de otário e não se incomoda em repetir o erro na eleição seguinte. Brinca com coisa séria, mas quando perde no futebol se enfeza, vira bicho. A bem da verdade, o brasileiro, que tanto repudia a soberba argentina, alimenta em si uma empáfia velada. Definitivamente, não sabe perder, sobretudo na Copa do Mundo. Toda eliminação do Brasil em Copa é a mesma coisa. A caça às bruxas começa antes mesmo de o jogo terminar, já durante as transmissões. Isso porque o brasileiro ainda não aprendeu que o esporte é feito de vitórias e derrotas, e que há sempre um adversário. Se vence, o mérito é seu; se perde, a culpa é sua. Como se estivesse sozinho em campo. Não quero aqui fazer um discurso pró-Dunga. Nada disso. Acredito que o técnico carrancudo se despede da Seleção com alguns erros e muitos acertos. O Dunga poderia ter levado um elenco melho

Alguém reprise as outras copas!

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Lá vem o inconveniente do Amaral Cavalcante me pedir para escrever sobre Copa do Mundo para o jornal Folha da Praia. Cabrunco de Copinha do Mundo, Amaral! Esquece isso, rapaz! A Copa já não é mais a Copa há muuuuito tempo! A nata do futebol mundial coalhou, Amaral. Os talentos são cada vez mais escassos. Cadê os dribles desconcertantes, os passes magistrais, as defesas elásticas? Cadê Amaral? Não existe mais não, poeta. Até o Brasil, fábrica de craques para os clubes mais poderosos e ricos do planeta, rendeu-se à brutalidade do tático futebol-força. E o pior: sustenta com orgulho o discurso falso moralista da humildade acima de tudo. O futebol brasileiro não pode ser tão humilde, Amaral. Não deve entrar em campo para tocar bola de lado e se fechar na defesa diante de uma Coréia do Norte, 105ª colocada no ranking da Fifa. Ô vergonha, Amaral... Preferia ver o Brasil tomando de 10 e partindo pra cima. E sabe o que é mais doloroso, poeta? É ver no escrete brasileiro o sorriso de satis

Escrete copo de ouro

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Raimundo Macedo: o Pelé (Foto: Marco Viera/ASN) Se o exame antidoping fosse substituído pelo teste do bafômetro, a coisa ficaria feia para alguns times sergipanos. Aliás, feia não: sinistra! Por aqui há clubes tão empesteados de cachaça que, vez por outra, a depender da direção dos ventos do futebol, o álcool exala pelos corredores da concentração e deixa equipes tão grogues, mas tão grogues, que uma boa campanha pode acabar em vexame numa fração de duas ou três rodadas. A nhaca, dizem, mistura tudo: cerveja, vodka barata, vinho festeiro ou catuaba – que derruba um time em campo, mas pelo menos tem poder afrodisíaco – aguardente, conhaque, milome, licor e otras cocitas mas. Forte que é danada, resiste ao tempo e não tem sabão em pó, perfume, creolina, Q-boa que dê jeito. É o bendito ranço do futebol boêmio, amadorismo condenado fora de Sergipe, onde o esporte rende milhões, mas que do lado de cá, das migalhas, continua venerado, atraindo técnicos e atletas tão bons de copo, mas nem

Dunga e os zangados

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"Dungaburro'. Este foi um dos tópicos mais comentados do twitter na semana passada, depois que o técnico da Seleção Brasileira anunciou a convocação para a Copa do Mundo 2010. Um fenômeno, o Dunga. Conseguiu injuriar toda a nação mesmo convocando praticamente o mesmo time que venceu a Copa das Confederações, a Copa América, goleou Portugal, carimbou o passaporte para a África do Sul com antecedência, fora de casa e diante da rival Argentina. Não é difícil entender porque o Brasil vitorioso do Dunga desagrada. Este é o preço de quem comanda a Seleção de um país de torcida apaixonada, de imprensa passional, capaz de elogiar e execrar o mesmo time em um curto espaço de tempo, na tentativa desesperada de pautar o treinador. Danem-se os números, o povo - incitado por esta imprensa volúvel - quer ver é o Neymar pedalando, o Ronaldinho Gaúcho fazendo firulas circenses. Pois eu prefiro dar a cara à tapa, seguir na contramão da opinião pública: Dunga está mais do que certo. Se eu foss

Dez anos depois eles perceberam que...

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E eu, que sou torcedor do Esporte Clube Vitória, achando que jamais repercutiria um post do principal blog da torcida do finado Esporte Clube Bahia por aqui...

Vovolation

Agora o rebolation pode ser considerado um fenômeno.

Chorume da desigualdade

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O chorume da desigualdade escorre pelos morros e encostas; encrua nas paredes incertas de barracos que ainda resistem, a muito custo, ao temporal; encharca os escombros das mansardas que, apesar de tão modestas, serviam – quando erguidas – como lares para milhares de cidadãos. Em ruínas, os casebres soterram toda essa gente que viveu a doar sangue e suor para construir o teto que, ironicamente, desaba sobre suas cabeças. Durante anos e anos, enquanto arriscavam a vida em locais insalubres para edificar o sonho da casa própria, homens e mulheres, hoje gélidos e sorvidos no odor do descaso, jamais despertaram o real interesse dos governantes. Agora, que há muito mais sangue que suor no chorume e incontáveis crianças putrefeitas por ali, somente agora, depois de encoberto por restos de madeirite, Eternit, cimento de quinta, esse povo consegue suscitar a compaixão que jamais suscitou quando em vida. É a prova de que a política brasileira se alimenta mesmo do chorume, seja na grande Rio d

Raça, nem que seja por uma tubaína

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Retornar a Alagoinhas é reviver a fase mais feliz da minha vida. É rever grandes amigos, relembrar histórias homéricas de traquinagem da infância e, porque não, rememorar os grandes clássicos no chão batido da rua Parque São José, bairro Silva Jardim. Jogos acirrados valendo tubaínas. Poucos eram os verdadeiramente bons de bola. Tínhamos atacantes como Lê e Caatinga, que raramente faziam gol, não faziam o pivô, não atraíam a marcação, não tinham visão de jogo e viviam a mercê da vontade da pelota. Depois de passar por eles, o destino da gorduchinha era sempre incerto. Na defesa, Sivaldo e Anderson formavam a dupla dos antizagueiros. Baixos e magricelas ao extremo, não assustavam os atacantes adversários. Sivaldo, mais raçudo, até ganhava algumas divididas, isso porque era duro feito uma pedra. O problema é que, para ele, fazer uma curva era um enorme sacrifício. Daí que nossa melhor defesa sempre foi o ataque - pelo menos quando Lê e Caatinga não estavam em campo. A velocidade d

No epicentro da dor, a lição de solidariedade

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Enfermeiro sergipano relata a experiência de quem conviveu com o Haiti devastado pelo terremoto Dênison (centro) e colegas salvam criança da amputação Mais de duzentos mil mortos, trezentos mil feridos, quatro mil amputados, um milhão de desabrigados. Em 12 de janeiro de 2010, um terremoto de magnitude 7 na escala Richter devastou o Haiti, país mais pobre das Américas. E por mais que o tempo passe, o cenário de destruição permanece – e permanecerá para sempre – nos escombros da memória de quem viveu o epicentro da dor, da agonia, do desespero. “O que mais doía era ver as crianças amputadas. Bebês de 1, 2 anos, sem os membros inferiores, sem família. Quando não morrem, saem do hospital e são jogados em um orfanato, isso se houver vaga. Numa situação dessa você não tem nem o que pensar”, diz o enfermeiro sergipano Dênison Pereira, professor do curso de Enfermagem da Universidade Tiradentes e único nordestino entre os 16 profissionais de saúde convocados pela Associação Médica Brasi

Entre radares e ladrões

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A imagem acima é apenas uma boa piada, mas eu tenho uma posição muito clara quanto à colocação de radares no trânsito de Aracaju: recebe multa quem quer, é irresponsável, não se preocupa em ler as placas de sinalização. É fotografado e obrigado a depositar uma boa grana nos cofres públicos quem abusa da imprudência e do desleixo. Quando da instalação dos primeiros radares na capital eu, então editor de Veículos do Jornal Cinform, fui um dos únicos da imprensa sergipana a apoiar a atitude da Prefeitura, contradizendo até a opinião dos meus colegas jornalistas. Em um dos editoriais, fiz duras críticas a quem colocava a politicagem barata acima da cidadania e exibia no veículo adesivos como "Visite Aracaju e ganhe uma multa". Muitas vezes eram pais que faziam questão de dar aos filhos o "belo" exemplo de desrespeito às leis de trânsito. Agora uma coisa também é certa, viu: a Smtt tem exagerado na colocação de radares, sobretudo na região da 13 de Julho e Beira Mar.

“Cyber repórter” em 45 horas ou menos!

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Tem gente prometendo formar trabalhadores de imprensa em 45 horas ou menos! Duvida? Acesse o site do “ Cursos 24 Horas ” e tire suas conclusões. Dentre inúmeras opções de cursos, o bendito oferece o de jornalismo on-line e não só garante que você vai se tornar um “cyber repórter de sucesso”, como irá “perder o medo da tecnologia” e “ganhar dinheiro no ramo” – diga-se de passagem, essa estória de ganhar dinheiro no jornalismo não há universidade no mundo que ensine. O anúncio é pomposo: “velocidade, tempo-real, hipertexto, interatividade, convergência de mídias (...) essas são as principais características do jornalismo na internet que você vai conhecer e dominar (...) vai também saber que é possível compatibilizá-las com a redação de um bom texto, correto, atraente, para conquistar a atenção do leitor”. Ao final da propaganda, um banner anuncia o valor do “investimento” do “cyber aluno”. R$ 40 por 45 horas de aulas, podendo o estudante concluir o curso em mais ou menos tempo, a depend

Roubolation-tion! Roubolation!!!

O ano de 2010 é de eleições e já tem seu hit. Com vocês, o Roubolation!!!

Espetacularização da morte

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Porque sangue dá audiência, violência institucionalizada fabrica potenciais homicidas, e auxílio-funeral é sinônimo de glamour Homem se debruça sobre cadáver para fotografá-lo em Socorro O pop não poupa ninguém. Nem mesmo ela, a única, infalível, irremediável certeza da vida. A morte já não faz jus à caricatura clássica da capa sombria, do semblante sinistramente cadavérico e da foice fulminante. Já não fica mais à espreita. Quando cumpre seu papel, impiedosa, causa furdunço. Popularizou-se. Seguiu a tendência de um mercado que vende de tudo – inclusive sangue. Virou espetáculo. Ao redor de cadáveres e vítimas agonizantes, homens, mulheres, crianças e idosos amontoam-se feito abutres. Sempre a postos, sedentos, multiplicam-se como chaga após um grito horrorizado, precedido de estampidos ou estrondos quaisquer. Diante de corpos presos a ferragens ou estendidos no chão, sacam celulares, registram suspiros dolentes e derradeiros de quem, na luta para sobreviver, acaba virando celebridad