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Mostrando postagens de julho, 2009

Quero ser médico do Detran!

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Álvaro Müller* Excelentíssimos e intocáveis senhores ministros do Supremo Tribunal Federal: eu quero ser médico do Detran. Cansei, sabe, dessa vida corrida e mal paga, dessa lida de mestre-cuca das palavras, a burilar a receita da informação de qualidade para a construção da cidadania. Eu?! Quero mesmo é ficar rico sem trabalhar e sem estudar. E se o jornalismo não precisa de diploma – de acordo com a decisão dos senhores –, porque diabos o médico do Detran precisa? Ano passado renovei a habilitação e fui obrigado a passar por todas as etapas desse engenho de emprego, renda e, sobretudo, dinheiro para os cofres públicos chamado Detran. Dentre os procedimentos, óbvio, fui submetido a bendita consulta médica. Processo rápido, eu e um ‘doutor’ de aparência jurássica e cara de desdém. Coisa de dez, quinze minutos ou menos. Você fuma? Não. Bebe? Finais de semana. Usa drogas? Só cerveja. Tem problema de pressão? Não. Toma remédio controlado? Também não. Tem histórico de cardíacos na família?

Reality Shows. Porque eu também posso fazer parte da TV!

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* Simone Tuzzo “O esquema que se adota é o da aceleração, um trabalho ritmado e coordenado. Uma produção em série, feita para o consumo das massas, através da padronização, que gera produtos de fácil consumo.” Estamos falando da televisão brasileira... Não exatamente. Ainda que absolutamente aplicáveis à forma de produção da televisão brasileira hoje, os conceitos acima fazem parte dos princípios básicos de Henry Ford e foram adotados para explicar sua forma de produção de automóveis em 1899. Mesmo neste caso, não devemos esquecer que a própria teoria de gestão foi aplicada procurando satisfazer necessidades de consumo, ou criar novas. Ao falar da televisão estamos falando de um espaço muito volátil e dinâmico, ou seja, um espaço de produção de cultura. Num jogo de espelhos e enganos a massa decidiu que também quer fazer parte da produção da TV e a TV resolveu adotar uma nova linguagem que agrada em muito a massa, não pela forma de fazer, mas pela velha forma de consumir pensando que s

Showneral de Michael Jackson

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Simone Tuzzo* Showneral? Se você ainda não conhece essa palavra não se espante, é mais um fruto da mídia, e em breve você estará familiarizado com esse termo utilizado para identificar o “evento midiático” que se transformou a morte do astro Michael Jackson. Sim, o funeral midiático transformado em show é mais um ingrediente na trama entre o público, a mídia e a celebridade. Não é de hoje que a mídia cria heróis e celebridades, aliás, essa criação se transformou em sua principal atividade diária. A criação dos heróis e das celebridades pela mídia é uma forma de identificação coletiva de personagens vitais para afirmação da coletividade, mais que isso, uma forma de materializar em um personagem o modelo de perfeição e deslumbramento coletivo. Essa criação faz com que fique cada vez mais difícil a identificação entre realidade e ficção apresentada pelos meios de comunicação de massa. Neal Gabler, numa citação do historiador Daniel Boorstin, diz que vivemos num mundo onde a fantasia