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Mostrando postagens de 2008

Lavem as manchas do mundo

Lembra quando postei uma reportagem sobre os artesãos de Santana do São Francisco ? Lembra que eu disse que fomos para a antiga Carrapicho eu, o jornalista Anderson Ribeiro e o cinegrafista e editor de imagens Genisson Silva, munidos de uma câmera condenada e um microfone comum? Lembra que eu disse que, ainda assim, trouxemos na bagagem um especial de 30 minutos e duas reportagens? Pois bem. Eis a segunda reportagem: Tá bom, tá bom. Eu admito que o microfone apareceu umas duas ou três vezes. Mas não foi você que ficou durante um bom tempo em cima de uma pedra, num sol de rachar, de braço teso e esticado, segurando o fio de um microfone comum. OU VOCÊ PENSOU QUE TUDO ISSO FOI FEITO COM MEGAESTRUTURA DE NOVELA?

O Piano

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Notas e tons, jobinando as canções pra você Solta um bemol, gargalhadas em lá Esse piano, instrumentando a nossa ilusão Teclas e sonho, arremedos nos dedos das mãos A mão entende o que o meu coração quer dizer E quando se estende, procura você E esse piano, extensão dos meus braços, remir Alcança o sol para lhe oferecer O primeiro dó O primeiro amor Paixão sustenida, razão diminuta E a clave arrebenta em mi São tantas oitavas Mas todo piano Termina em si. Música em parceria com Anderson Ribeiro e Gilton Lobo.

Adoção em pauta

Os cinco posts a seguir são uma reportagem especial que publiquei no Jornal Cinform desta semana. Espero que alguém consiga ler até o final.

Mito e preconceito: cárcere da adoção

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Amor de Aderval deu sentido à vida da pequena Camila “Com tanta criança saudável, o senhor vai levar logo essa doentinha?”. Cara a cara com o absurdo, o bioquímico Aderval Nunes pasma por um instante. Engole seco, recompõe-se, segue em frente. Decidido, não seria o preconceito, impregnado nas próprias instituições de proteção a crianças e adolescentes e que, naquele momento, alastrava-se na voz e no inconsciente da funcionária de um abrigo, que o demoveria do sonho de ter a pequena Camila, 6 anos, como sua filha. Com uma deficiência mental moderada, ela encontrou em Aderval e na sua esposa, a contabilista Maria Luíza Santana, uma família e um estímulo para voltar a andar e falar.  Hoje, um ano e oito meses após a adoção, médicos estimam 90% de chances de recuperação. “Procurei pensar no bem-estar da criança e no amor que eu sentiria por ela, e que também é recíproco, sem me preocupar que fosse igual a nós. Camila é negra, mas isso não nos incomoda. Ela uniu a família, é supercarinho

Espectro do abandono, infância de incertezas

O administrador de empresas Antônio Matos (nome fictício), 29 anos, viveu a infância como um malabarista amador, a manejar desastradamente suas angústias, dúvidas e mágoas. Quem era o seu pai? Onde estava? Por que não o procurava? Perguntas sem resposta exerciam o peso de malabares de chumbo na cabeça do menino do município de Serrinha, na Bahia.  Filho de uma dona de casa e de um empresário bem-sucedido, aos 19 anos Antônio até sabia o nome de seu progenitor, mas jamais o havia visto. “Sempre tive curiosidade de saber quem ele era. Só me faltava coragem de perguntar, porque eu também não queria constranger a minha mãe, fazê-la relembrar um passado que talvez não quisesse. Mas os meus familiares não aceitavam que eu vivesse naquela situação, com a identidade sem o nome do pai, e passaram a me dizer que eu merecia saber. Minhas tias o procuraram e a gente começou a se aproximar”, rememora Antônio.  A reaproximação entre filho e pai biológico aconteceu mediante exigência de teste de DNA.

“A saudade é o revés de um parto”

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Professor remói saudade, mas reluta em adotar um filho Jéssica nasceu com problemas congênitos. Frágil, lutou contra a infecção hospitalar, pneumonia, meningite, entre outras enfermidades. Começou a andar aos 5 anos e perdeu a vida aos 7, no colo da mãe, vítima de uma crise asmática, a caminho de um hospital. Hoje, uma década após a sua morte, a perda ainda dói latejada no peito da dona de casa Juliana Santos, 36 anos, e do seu marido, o professor Francisco, 54 (tanto o nome da criança quanto os dos pais são fictícios). Todo dia, a mãe prepara o quarto da sua pequena como se a esperasse voltar – cama, impecavelmente arrumada, fotos dispostas nas prateleiras, bonecas caprichosamente vestidas e penteadas. Juliana e Francisco materializam a saudade que é, de fato, “arrumar o quarto do filho que já morreu”.  Casados há 17 anos, eles mantêm o quarto intacto enquanto lutam para ter um novo bebê. Ligados pelos traços consangüíneos, os primos Jul

Amor à décima potência

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Kael e Carla: irmãos unidos pela adoção Quem duvida do amor entre pais e filhos adotivos certamente não conhece a secretária executiva Carla Batista Conceição. Aos 15 dias de vida, ela foi adotada por Maria Alice Conceição, uma assistente social que enfrentou o preconceito – muito mais arraigado há 32 anos – e, mãe solteira, criou três crianças e construiu uma família que ainda hoje, 12 anos após a sua morte por infarto, permanece sólida.  “A minha mãe biológica não tinha condições de me criar. Morava no interior da Bahia, era muito jovem, tinha problemas de saúde e não era casada. A minha tia trabalhava no hospital onde eu nasci e chegou em casa dizendo que uma menina ficaria para adoção. Foi aí que minha mãe me adotou”, revela Carla. Depois dela, Maria Alice ainda adotaria Carlos Eduardo, aos 3 meses de vida – hoje com 23 anos –, e o caçula Kael, com apenas um dia de nascido – e agora um adolescente de 13.  “Eu nunca tive problema por ser adotada. N

Destituição do poder familiar: dilema da justiça

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Luiz Schettini, sobre abrigos: “a criança vai ficando indefinidamente ali” O Cadastro Nacional de Adoção é um grande passo da justiça brasileira no sentido de democratizar e desburocratizar os processos de adoção. Faz uma integração das listas de crianças que podem ser adotadas e dos candidatos a pais registrados nas varas da infância e da juventude de todo o país. Possibilita, por exemplo, que um casal do Rio Grande do Sul encontre no Maranhão uma criança com o perfil desejado. Mesmo com tantos avanços, o principal dilema da justiça permanece: a maioria dos pequenos abrigados ainda mantém vínculos jurídicos com familiares de origem, que muitas vezes sequer comparecem às audiências.  Como definir, então, o momento exato de destituir um pai ou mãe biológicos do pátrio poder ou poder de família? Como desgarrar essas crianças e dar a elas uma chance de viver fora dos abrigos? “Muitas dessas crianças não estão disponíveis para adoção porque o juiz não r

SUUUUUUCEEEEEEESSOOOOOOOOO

Que voz, que interpretação, que poesia... é ou não é o grande fenômeno da música brasileira nos últimos dez, vinte anos?

Catarina

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Eis que o poeta amador endoideceu Rabiscou no cobertor, ao léu, seu nome Eis que o profeta não previu, ouviu falar Desacreditou que tal amor endoidecia Catarina, bailarina, roda, roda, gira Faz galhofas do poeta, do profeta, Baila, rima, pára o tempo da canção Ensaia um novo passo E dança no compasso Sapatilha no palco da ilusão. Letra: Álvaro Müller e Djenal Gonçalves Música: Álvaro Müller

Por quem os sinos dobram?

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Em outubro, recebi no mínimo três mensagens idênticas e sob o mesmo título: “O e-mail do ano”. Imagens fortes, precedidas de citações como a que segue abaixo: “Se você acha que o seu salário é baixo, que tal ela?” Ao ver este tal “e-mail do ano” tantas vezes passado e repassado por gente, carne, osso e sentimentos como eu, a humanidade que ainda me pesa arde em repulsa, incinera-se em vergonha. Hipócritas! A criança que nos estende a mão neste “e-mail do ano” não é a mesma que nos abre a pequenina palma nas esquinas, nos semáforos das nossas vidas? Não é aquela mesma, olhos lânguidos e semblante roto, que balbucia nas janelas do nossos carros? Claro que é. Mas, para além do “e-mail do ano”, para aquém do monitor da vida real, todos passam despercebidos: a criança, os enfermos prostrados nas filas dos hospitais públicos, os sem-teto que se alastram nas calçadas, todos estes que fingimos desconectados do nosso mundo, mas que são essência da nossa essência. E agora eles finalmente vêm a p

A Ires dos meus olhos

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A Ires dos meus olhos não se escreve com um segundo i. Não é uma íris qualquer. É a minha Ires e por ela aprendi a enxergar o mundo. Todas as íris são coloridas, eu sei. Mas a minha é mais. Isso porque é a minha Ires, e por ela avisto, nos gestos humanos, as mais belas cores. Tem cheiro de aconchego, sabor de saudade. É alívio, chuva em solo rachado, água do São Francisco a entornar canções de lavadeira. Nina minha solidão. É ponto de partida, sombra de cajueiro, cantinho único do mundo meu, e só meu. Mãe, quando crescer posso ser o que eu quiser? Pode sim, filho. Até mesmo um mecânico? Você pode ser o que quiser, meu filho, contanto que seja honesto. Minha Ires é assim, a mais linda das íris. E me guia por onde quer que eu vá. E está comigo sempre, sempre, até mesmo quando não sei aonde ir.

A alma do futebol

Reportagem: Álvaro Müller e Débora Andrade. Imagens: Admilson Souza Produção: Andreza Mota e Débora Andrade Edição de Imagens: Álvaro Müller.

Cidade de barro, jornalismo concreto

Sabe aquela altivez de quem faz uma boa comida a partir das sobras? De quem vence o prêmio da Fórmula 1 na munheca, sem estar a bordo de uma McLaren ou uma Ferrari? Pois então, acrescente a esse orgulho sem tamanho uma sensação de liberdade criativa e você já sabe o que é fazer TV pública. Nada de ‘chefs’ se vangloriando pelo banquete com tempero pronto. Nada de Playmobil formatado para os mesmos movimentos. Nada de raciocínio padrão. Na corrida da TV pública não há amarras, amigo. O piloto ainda vale bem mais do que a máquina. E por falar em piloto, lá fomos eu, o jornalista Anderson Ribeiro e o editor de imagens Genisson Silva para Santana do São Francisco, a antiga ‘Carrapicho’, capital brasileira do artesanato. Uma cidade que vive do barro e cheia de histórias para contar. Partimos com a cara, a coragem, com a grana do próprio bolso – as diárias só foram liberadas após a viagem – e com uma tal de ‘PD’, a pior câmera da redação, condenada por nossos cinegrafistas. Coisa de quem acre

Em suma...

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"O passado tenebroso de torturas, mutilações e assassinatos cometidos em nome da fé, o apoio a nazistas e ditadores vários e a cumplicidade com a propagação da AIDS em regiões carentes desqualificam o discurso 'pró-vida' das igrejas". Trecho de Aborto e Estado laico , artigo do historiador e escritor Guilherme Scalzilli na Revista Caros Amigos, edição de outubro/2008.

Fui citado injustamente!

Sou leitor assíduo da coluna do professor André Ramos no site Notícias de Sergipe. André é um desses caras que, apesar de não serem jornalistas de formação, vivem, pensam e agem jornalisticamente. Exatamente por isso, há cerca de um ano encontra tempo pra escrever sobre assuntos diversos - e voluntariamente -, ainda que às voltas com as obrigações de quem coordena o mestrado em Engenharia de Processos da universidade em que tanto ele quanto eu trabalhamos. Pois bem. Esta semana tive acesso à 50ª coluna do André Ramos. O texto, espécie de mapeamento genético do jornalismo que corre nas veias deste professor-repórter, retrata a influência do seu pai, um advogado carioca aficcionado pelo Vasco da Gama e que chegou a viajar para a Escócia como representante da imprensa brasileira em um Mundial Sub-20. Tudo sem receber um tostão. Em meio a uma história tão bacana e a uma habilidade textual capaz de nos reportar às transmissões de futebol "ao vivo" para Sergipe, nas quais o André f

Jornalista singular, jornalismo no plural

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Esse cara aí da foto é Leandro Lopes, um jornalista grande e um grande jornalista, não necessariamente nessa ordem. Saiu da faculdade há cerca de dois anos, pouco mais ou pouco menos, e após breve passagem pela imprensa sergipana se mandou pra Belo Horizonte. Hoje é repórter cultural da Rede Minas. Lembro bem da primeira manchete do Léo. Reportagem recheada, sobre a situação da segurança pública em Sergipe. Lembro também, e como não iria lembrar, do título que trazia “Deus salve os sergipanos” ou algo parecido. Uma dessas mudanças de edição que deixam qualquer repórter puto. O Leandro também ficou puto, é claro. E como ficou! Ah, sim. Por que eu estou falando desse cara aqui no boteco? Bem, falar de Leandro Lopes é reverenciar o jornalismo em sua essência, e disso eu não me canso. É externar o orgulho de quem assiste, mesmo à distância, a erupção do espírito do repórter na cabeça e na alma de um garoto, onde há pouco fervilhavam as inseguranças de um foca. Sensibilidade, inteligência,

Pétala de poesia

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A grande beleza das flores está na simplicidade e generosidade com que permitem cultivar as sementes. Singela forma de retocar as cores do mundo.

Yes, nós temos Michael Phelps

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A saga dos campeões paraolímpicos em um país em crise de identidade e de imprensa míope A repetição exagerada da imagem do Michael Phelps em fusão com a bandeira dos Estados Unidos, antes, durante e depois das Olimpíadas de Pequim, na China, denuncia a vassalagem da imprensa brasileira frente aos ditames estadunidenses. Uma subalternidade muito mais a serviço da reverberação do american way of life (estilo de vida americano) do que mera forma de reconhecer o talento do maior atleta olímpico de todos os tempos. Recursiva na mídia da Guerra Fria, a expressão american way of life massificou a ‘qualidade de vida’ capitalista dos Estados Unidos enquanto alternativa ao socialismo defendido pela extinta União Soviética. Cravejou de tal forma os mandamentos do capital, por meio da deturpação do conceito de liberdade, que ainda hoje a mensagem ecoa entre povos de países em desenvolvimento, a exemplo do Brasil, de forma subliminar, aparentemente inofensiva e paradoxalmente catastrófica em seus e

A última canção

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Álvaro Müller / Gilton Lobo O show já terminou Antes de a cortina se fechar A última canção, ninguém tocou Só resta um refletor Só resta o seu olhar A vida quase sempre pede bis O cantor insiste em sonhar E a platéia aplaude, encantada A estréia do final dessa canção O maestro escolhe A estrofe mais cantada E o amor, enfim, refrão. *(Música inscrita no último Prêmio Banese)

Propaganda proficioanal

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Isso não é jogar a última pá de cal na língua portuguesa. É bater laje sobre o Aurélio.

Atualizando a sua programação

Você aproveita as madrugadas sem sono para assistir o Fala que Eu te Escuto? Ah, isso é porque ainda não conhece o.....

Avaliação criteriosa das Olimpíadas

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Por Canelinha de Cotonete (ao vivo, direto de Beijing, na África) Minha avaliação olímipica é a seguinte: 1) Com vara ou sem vara, a menina do Brasil não ia ganhar pôa nenhuma, mas, como sou legal, farei um empréstimo a ela para as próximas competições... 2) Lôas aos países africanos, em especial à JAMAICA, que tem como seu maior expoente, o africano Bob Marley, provando que maconha não deixa o cara lerdo, nem é detectada pelo exame anti-dopping. 3) Lôas a Galvão Bueno, que ganhou medalha de ouro em nadismo. Modalidade na qual o cara não fala nada com nada e ainda fica rouco. 4) Lôas a Pelé e Janete pela promoção da Olimpíada do Rio, cujo tema será: "Olimpíada no Rio...eu rio". Pelé promete desbancar os estádios da China e, no lugar do Cubo d'água, teremos no Brasil a 'Caixa d'água', no lugar do 'Ninho do Pássaro', será construída a "Entoca do corujão", homenagenado o velho Coruja, bandido boa praça do Morro da Rocinha. 5) Lôas a Maurren Cal

Acredite se quiser... (Parte 3)

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E ainda não realiza o exame de próstata a laser???

Acredite se quiser... (Parte 2)

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Dizem que esse cara tentou tirar o time do Bahia do buraco, mas falhou na missão.

Acredite se quiser... (Parte 1)

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Peraí... Deus esfaqueou o cara ou o quê?

Canal de saída. Entrada NEVER!

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Exame de toque: a um passo de se tornar pré-histórico A capacidade criativa do brasileiro se agiganta na adversidade e taí a efervescência cultural dos anos de chumbo que não me deixa mentir. É só se sentir ameaçado, acuado, que o brasileiro dá logo jeitinho de bolar uma escapatória, e por mais dificultoso que seja o nó, desata e ainda segue fazendo graça da desgraça que lhe acometeu. Mas o curioso é que, nessa brincadeira, estamos a um passo de emplacar duas, entre as três maiores invenções da humanidade. Do sofrimento nasceu no Brasil, por volta de 1500, a grande criação da raça humana em toda a sua existência: o vatapá. Acorrentados nas senzalas e cansados de comer as espinhas e cabeças de peixe, os escravos aqui trazidos deram um jeito de acrescentar farinha de mandioca às sobras insossas dos banquetes da Casa Grande e prepararam um verdadeiro e delicioso argamassa, capaz de dar sustância para a labuta na lavoura. A segunda maior invenção da humanidade não é nossa, sou obrigado a

Causos de Alagoinhas

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Zé Canudinho e seu radinho de pilha * Roberto Müller Zé Canudinho ouve do compadre as recomendações. Com as severas regras da Confederação Brasileira de Futebol, ficou proibida a venda de qualquer bebida que contenha álcool nos estádios. – E agora compadre? Que é que a gente faz? Assistir a um joguinho de futebol sem tomar uma não dá! Se levar escondido e a polícia pegar, nós tamo em cana. Temos que dar um jeito. – Você fica do lado de fora eu jogo um cordão, amarra e durante o jogo eu vou tomando as minhas. – Não dá certo, você bebe, assiste ao jogo e eu fico do lado de fora. Já sei! Você tem rádio portátil? – Tenho. – Vamos encher os radinhos de cana e tomar todas, ninguém vai descobrir. A gente tira o miolo do rádio, reveste com material daquelas caixinhas de leite do supermercado, do buraco donde sai a antena a gente chupa e a policia não vai ver. E foi o que fizeram. Beberam todas. Depois do jogo um curioso pergunta: – Vocês agora deram para chupar até rádio? E Zé Canudinho respon

Presidente-bebum-traumatizado (enfim, uma explicação para a Lei Seca)

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Como um presidente aguarino pode assinar a Lei Seca em uma nação de tantos companheiros pinguços? Foram muitas horas de sono perdido, de pestanas gastas. Vasculhei a filosofia, a sociologia, a psicologia e a história. Escarafunchei Freud, devastei Karl Marx, revisitei Sócrates, Aristóteles, Platão e Foucault. Tamanho desespero, cheguei até a ligar para o Fala que Eu te Escuto. Enfim, encontrei a resposta para a minha dúvida cruel. E a resposta, meus caros, vem do próprio presidente Luis Inácio, alicerçada, quem diria, em um simples ditado popular. Eis o primeiro livro do presidente Lula para justificar, a Zeca Pagodinho e toda uma nação cachaceira, a assinatura tal da Lei Seca. xxxxxxxxxxx Nada a ver com cachaça, senhor presidente. Vivo bêbado e nem por isso sofro desse tipo de ameaça. No mínimo, este é o risco de quem se coliga a qualquer um.

Ali, naquele bar...

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Torcedor que é torcedor já nasce xingando Foi a última vez em que assisti o jogo do meu Vitória naquele boteco de beira de pista. Nada contra botecos, é claro. Sou dos que preferem uma branquinha em cacete armado e de sandália havaiana, a um uísque em restaurante esmerado, com uma gravata a me achacar a goela. O problema, sim, era com aquele boteco, especificamente. Aquele antro da desorganização, cujas grades enjaulam torcedores de toda raça com animais: flamenguistas filhotes da Rede Globo, vascaínos, palmeirenses, corintianos, rubros, tricolores, rubro-negros, azulinos e alvi-verdes de quase toda ordem, engaiolados e confinados para comer carne de quinta no espeto e acompanhar, em um barulho ensurdecedor e na longa espera pela cerveja, a partida do seu time do coração. Digo torcedores de quase toda ordem com a propriedade de quem não se afeiçoa ao show dos ‘paraíbas’ que cantam, gritam, xingam, riem e choram pelos times do Sul e Sudeste. Vou ser mais claro: faltam ali, naquele bar,

VADE RETRO!!!

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Presidente do Fla presenteia Papa com o 'Manto Sagrado' No Vaticano, Marcio Braga explicou a Bento XVI o que significa o Flamengo, sua tradição e a importância do clube brasileiro no cenário internacional Após duas horas sob um calor de 40 graus na Praça de São Pedro, o presidente Marcio Braga entregou ao Papa Bento XVI a camisa do Flamengo. O Papa demonstrou surpresa e entusiasmo ao receber a camisa personalizada. Estavam presentes o ministro da Embaixada Brasileira em Roma, Jorge Ney Fernandes, o advogado Pedro Trengrouse e João Marcio Braga, filho do presidente do clube carioca. Emocionado, o presidente recebeu a benção papal em nome de todos os rubro-negros.

O profissional-relógio (Ode ao Ribeiro)

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Esqueça o coleguismo. Amizade? Nem pensar. Adoeceu, perdeu um parente, precisa viajar, visitar o gerente da sua agência bancária antes que o seu nome vá parar no SPC? Problema seu. Não conte com o profissional-relógio, a não ser que a ‘caridade’ dele possa ser revertida no bendito banco de horas. Em suma, ele ajuda a si mesmo botando a banca de quem salvou a vida do colega. Mas, como diria meu amigo Anderson Ribeiro, um desses bestas que não admitem a possibilidade de colocar o tico e teco funcionando ao ritmo compassado do tic e tac, “banco de horas é coisa pra quem não tem o que fazer”. E num é que ele está certo? O profissional-relógio não enxerga nada além do seu horário de entrada e saída no trabalho. Para aquém ou além do que registra no ponto, não faz nada que não lhe dê retorno. Foi contratado para trabalhar 8 horas e a empresa que se dane ou pague por cinco minutos que sejam a mais. Já profissionais bestas como eu e Anderson Ribeiro são raros. E é por isso que trabalhar com el

O crime do século em Aracaju

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Djenal Gonçalves Obs.: Para preservar a identidade das pessoas descritas abaixo, os nomes serão trocados. Qualquer semelhança com a realidade é mera realidade mesmo. Ato 1 – Visão de Caninha Caninha é um velho amigo meu de Alagoinhas, Bahia. Nem preciso explicar a razão do seu apelido carinhoso. Enquanto tiver uma loira na geladeira, ou fora dela, o cara não arreda o pé nem ca peste. Ainda bem! Apesar de toda manguaça, Caninha é um romântico inveterado, daqueles que não deixa passar um ‘Dia dos namorados’ sem presentear o amor da sua vida com presentes, segundo ele, super-criativos, que brotam da imaginação de seu coração apaixonado. Neste ano ele botou pra lascar, caprichou na produção. Foi no centro da cidade e comprou a mais linda almofada de veludo e mandou bordar uma foto sua ao lado de sua amada, como prova das eternas juras de amor que lhe dedica diariamente. Antes do jantar, passou no trabalho e deixou o belo presente devidamente acomodado no banco da frente de seu carro, não s

MEUS problemas acabaram!!!

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Os meus, os de Cleomar, Gilson Souza, Anderson Ribeiro, Paulo Lobo, Djenal Gonçalves....

Fé cega, faca amolada

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Na última segunda-feira, 02, o deputado estadual Francisco Gualberto (PT) perdeu as estribeiras em discussão com o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais, Nivaldo Fernandes, e não contou dois tempos: puxou uma peixeira e ameaçou atravessar o bucho do sindicalista. Até aí nada demais. Como bem disse a assessoria de imprensa do parlamentar, Gualberto “se exaltou um pouco, mas nada fora do comum”. Tá certo.... Agora, com o grau elevado de estrabismo do Chiquinho, eu quero ver é quem vai conter o pânico na Assembléia Legislativa.... Precavido que sou, ficarei sempre de frente para o Gualberto. Bem na direção do nariz. Duvido que ele me veja.

Fórmula do amor

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Alguns passam a vida a se perguntar se existe amor. Outros, convictos de sua existência, remoem-se na tentativa de encontrar uma palavra, uma frase, uma imagem que possa mensurar, conceituar o sentimento. Pois bem, o botecospício acaba com o dilema de todos. Eis a tão esperada resposta: . . . Só não me venha, cambada de hipócritas, dizer que o amor é lindo.

Caiu como um avião! (Clique na imagem)

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A Sociedade do Espetáculo

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Fotomontagem: glauber jatobá Simone Tuzzo* A sociedade sempre se preocupou com aquilo que acontece na casa do vizinho. Em determinados tempos, ao longo da história e variando entre classe social, credo e cultura, as pessoas conseguem se manter ora mais ou ora menos discretas na forma como expressam sua curiosidade acerca daquilo que diz respeito à vida alheia. Mas foi a partir do surgimento da mídia que a sociedade passou a se interessar de forma grotesca com a privacidade do outro. As pessoas mudaram? Provavelmente não. O que mudou foi o acesso, a ênfase, a facilidade e os interesses econômicos e de audiência dos veículos de comunicação ao explorar assuntos que não representam o interesse social, mas sim a fofoca, a vida real transformada em novela, o espetáculo. O caso Isabella Nardoni choca, mas não é somente por se tratar de um crime bárbaro. Se de fato o ato de uma menina ser assassinada pelos pais fosse o bastante para impressionar toda uma nação, poderíamos questionar por que at

Propaganda massa

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Não entendeu? Clique aqui .

Injustiça santa

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“Naquele tempo, estando à mesa com seus discípulos, Jesus ficou perturbado em seu espírito e declarou abertamente: ‘Em verdade, em verdade vos digo: um de vós me há de trair’!… Os discípulos olhavam uns para os outros, sem saber de quem falava. Um dos discípulos, a quem Jesus amava, estava à mesa reclinado ao peito de Jesus. Simão Pedro acenou-lhe para dizer-lhe: Dize-nos, de quem é que ele fala. Reclinando-se este mesmo discípulo sobre o peito de Jesus, interrogou-o: ‘Senhor, quem é’? Jesus respondeu: ‘É aquele a quem eu der o pão embebido’. Em seguida, molhou o pão e deu-o a Judas, filho de Simão Iscariotes". (Jo 13,21-33.36-38) Judas não se tornou apóstolo por vontade própria, mas pela vontade de Cristo: "Não fui eu quem vos escolhi a vós doze? No entanto, um de vós é o demônio" (Jo 6, 70). xxxxxxxx Judas Iscariotes carrega consigo o estigma da traição. É o homem mais injustiçado da história, tão somente por ter cumprido o seu papel previsto e anunciado. Sem ele, ta

Clássico da Música 'Copular' Brasileira

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Não só a ilustração como o trocadilho do título foram copiados do kibeloco . Mas, como amante da boa música, confesso que não resisti...

Vaticano divulga lista de novos pecados capitais

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estadao.com.br - A manipulação genética, o uso de drogas , a desigualdade social e a poluição ambiental estão entre os novos pecados capitais pelos quais os cristãos devem pedir perdão, segundo a nova lista apresentada no domingo, 9, pela Santa Sé. xxxxxxxx E se depender da gula eu já tô no inferno há muuuuuito tempo. Vou esquentar a cabeça por um pecadinho a mais, um a menos???

Descarga na filosofia barata

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"Hehehehe! Eu não imagino um cidadão sentado no vaso sanitário com um laptop!" Cleomar Brandi, jornalista bainano-sergipano (Respondendo a um aluno sobre o fim do jornal impresso).

“Não canto pra galera. Canto pra gente”

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Em pleno Brasil do Créu, Xangai faz do respeito às raízes nordestinas a sua maior cantoria Foto: MARCO VIEIRA ÁLVARO MÜLLER Quem é esse menestrel que entoa em cantorias a alma do nordestino? É o Xangai, o Eugênio Avelino. O artista que, ainda menino, lá pras bandas de Vitória da Conquista, Sertão da Bahia, “brincava tangendo carneiros / fim de tarde na rede sonhava / belo dia seria um vaqueiro”. Xangai. Um cantador, um trovador, um violeiro. Um vaqueiro cabra da peste e teimoso, incansável ao aboiar a música, o folclore, as riquezas culturais do Nordeste pelo ‘Brasil do Créu’ afora com a mesma visceralidade que faz a sua voz e acordes adentrarem os diversos ritmos da região. Do grave ao agudo, forró, rastapé, xote, ligeira, coco, galope, baião. Só não tenha, jamais, este intérprete número um de Elomar com ‘um cantor’. Ele pode achar ofensa. Em meio ao solo rachado da música comercial, Xangai lançou seu primeiro disco, ‘Acontecivento’, em 19