O profissional-relógio (Ode ao Ribeiro)
Esqueça o coleguismo. Amizade? Nem pensar. Adoeceu, perdeu um parente, precisa viajar, visitar o gerente da sua agência bancária antes que o seu nome vá parar no SPC? Problema seu. Não conte com o profissional-relógio, a não ser que a ‘caridade’ dele possa ser revertida no bendito banco de horas. Em suma, ele ajuda a si mesmo botando a banca de quem salvou a vida do colega. Mas, como diria meu amigo Anderson Ribeiro, um desses bestas que não admitem a possibilidade de colocar o tico e teco funcionando ao ritmo compassado do tic e tac, “banco de horas é coisa pra quem não tem o que fazer”. E num é que ele está certo?
O profissional-relógio não enxerga nada além do seu horário de entrada e saída no trabalho. Para aquém ou além do que registra no ponto, não faz nada que não lhe dê retorno. Foi contratado para trabalhar 8 horas e a empresa que se dane ou pague por cinco minutos que sejam a mais.
Já profissionais bestas como eu e Anderson Ribeiro são raros. E é por isso que trabalhar com ele é um alento. Somos bons jornalistas? Sei não. Mas é certo que somos esforçados, trabalhamos pela pauta, pelo amor à profissão e, sobretudo, pelo prazer de degustar uma cerveja gelada após horas e horas de labuta. Ah! E só brigamos quando o trabalho nos rende elogios. “O Mérito é dele” quase que uníssono e dedos indicadores em riste.
Gente como a gente quer é produzir e fazer bem feito, sem necessariamente aguardar uma contrapartida dos nossos empregadores. É uma questão de competência, de valorização do próprio suor, de compromisso com aquilo que se propõe a fazer. Trabalhadores como eu e o Ribeiro viram madrugadas no batente, não têm tempo de fazer refeições dignas – e justamente por isso estamos tão redondinhos –, colocamos nossa saúde em risco, mas acreditamos no que fazemos. Os profissionais-relógio não sabem disso, mas trabalhar é também uma diversão pra quem ama o que faz e se reconhece como parte da engrenagem de uma empresa, tanto no semear quanto no colhimento dos frutos.
Ah! E antes que eu esqueça de comentar, à exceção dos casos em que a contraproducência compromete o nosso trabalho, eu e Anderson Ribeiro também não nos incomodamos com o que fazem ou deixam de fazer os outros colegas. Coisa que os profissionais-relógio têm como atribuição cotidiana, talvez, por conta do tempo de sobra para pensar na vida alheia. Eles não estão com a gente nas madrugadas, não abrem mão da praiazinha do final de semana, não fazem um servicinho sequer fora da empresa com combustível próprio, mas se sentem no direito de nos ‘cobrar’ 10, 15 minutos de atraso. Vá entender...
Percebo que as próprias empresas têm parcela de culpa por cultuarem nesses espiritozinhos formatados a prática de bater o ponto rigorosamente em dia e não precisar justificar horas e horas ociosas de msn, orkut, lixamento de unha e coisas do tipo. As empresas realmente nivelam a produção por baixo e acabam se transformando em empregadoras-relógio para quem vive sob a égide do horário fixo de trabalho. Agora, isso não dá aos frustrados profissionais-relógio o direito de tentar nos demarcar a vida. Porque diabos nunca comparam a nossa produção, ora bolas?
No final das contas, profissionais como eu e Anderson Ribeiro até tentam aturar esses vigilantes de quinta, sobretudo, por que deve ser um calvário trabalhar, criar por obrigação. Mas também têm horas que esses profissionais-relógio nos enchem a paciência, né? Daí, só nos resta responder no melhor estilo Débora Garrafinha, querida colega da Aperipê: “Caralho, velho! -----, vão se fuder, velho! Muito foda isso!”.
O profissional-relógio não enxerga nada além do seu horário de entrada e saída no trabalho. Para aquém ou além do que registra no ponto, não faz nada que não lhe dê retorno. Foi contratado para trabalhar 8 horas e a empresa que se dane ou pague por cinco minutos que sejam a mais.
Já profissionais bestas como eu e Anderson Ribeiro são raros. E é por isso que trabalhar com ele é um alento. Somos bons jornalistas? Sei não. Mas é certo que somos esforçados, trabalhamos pela pauta, pelo amor à profissão e, sobretudo, pelo prazer de degustar uma cerveja gelada após horas e horas de labuta. Ah! E só brigamos quando o trabalho nos rende elogios. “O Mérito é dele” quase que uníssono e dedos indicadores em riste.
Gente como a gente quer é produzir e fazer bem feito, sem necessariamente aguardar uma contrapartida dos nossos empregadores. É uma questão de competência, de valorização do próprio suor, de compromisso com aquilo que se propõe a fazer. Trabalhadores como eu e o Ribeiro viram madrugadas no batente, não têm tempo de fazer refeições dignas – e justamente por isso estamos tão redondinhos –, colocamos nossa saúde em risco, mas acreditamos no que fazemos. Os profissionais-relógio não sabem disso, mas trabalhar é também uma diversão pra quem ama o que faz e se reconhece como parte da engrenagem de uma empresa, tanto no semear quanto no colhimento dos frutos.
Ah! E antes que eu esqueça de comentar, à exceção dos casos em que a contraproducência compromete o nosso trabalho, eu e Anderson Ribeiro também não nos incomodamos com o que fazem ou deixam de fazer os outros colegas. Coisa que os profissionais-relógio têm como atribuição cotidiana, talvez, por conta do tempo de sobra para pensar na vida alheia. Eles não estão com a gente nas madrugadas, não abrem mão da praiazinha do final de semana, não fazem um servicinho sequer fora da empresa com combustível próprio, mas se sentem no direito de nos ‘cobrar’ 10, 15 minutos de atraso. Vá entender...
Percebo que as próprias empresas têm parcela de culpa por cultuarem nesses espiritozinhos formatados a prática de bater o ponto rigorosamente em dia e não precisar justificar horas e horas ociosas de msn, orkut, lixamento de unha e coisas do tipo. As empresas realmente nivelam a produção por baixo e acabam se transformando em empregadoras-relógio para quem vive sob a égide do horário fixo de trabalho. Agora, isso não dá aos frustrados profissionais-relógio o direito de tentar nos demarcar a vida. Porque diabos nunca comparam a nossa produção, ora bolas?
No final das contas, profissionais como eu e Anderson Ribeiro até tentam aturar esses vigilantes de quinta, sobretudo, por que deve ser um calvário trabalhar, criar por obrigação. Mas também têm horas que esses profissionais-relógio nos enchem a paciência, né? Daí, só nos resta responder no melhor estilo Débora Garrafinha, querida colega da Aperipê: “Caralho, velho! -----, vão se fuder, velho! Muito foda isso!”.
Comentários
Agora falaê se não tem coisa melhor do que o conceito libertário do "foda-se"? Que o diga Millôr Fernandes.
:D
Tá autorizado, Léo. Acrescente o seu nome e a gente vai engordando a lista dos profissionais anti-relógio. Pode estar surgindo um movimento... kkkkkkkk
Débora vive falando que vai trabalhar em transmissão e não sei o que fora de horário... eu acho que isso é uma coisa generalizada nessa redação, minha gente!!!