“Não canto pra galera. Canto pra gente”
Em pleno Brasil do Créu, Xangai faz do respeito às raízes nordestinas a sua maior cantoria Foto: MARCO VIEIRA ÁLVARO MÜLLER Quem é esse menestrel que entoa em cantorias a alma do nordestino? É o Xangai, o Eugênio Avelino. O artista que, ainda menino, lá pras bandas de Vitória da Conquista, Sertão da Bahia, “brincava tangendo carneiros / fim de tarde na rede sonhava / belo dia seria um vaqueiro”. Xangai. Um cantador, um trovador, um violeiro. Um vaqueiro cabra da peste e teimoso, incansável ao aboiar a música, o folclore, as riquezas culturais do Nordeste pelo ‘Brasil do Créu’ afora com a mesma visceralidade que faz a sua voz e acordes adentrarem os diversos ritmos da região. Do grave ao agudo, forró, rastapé, xote, ligeira, coco, galope, baião. Só não tenha, jamais, este intérprete número um de Elomar com ‘um cantor’. Ele pode achar ofensa. Em meio ao solo rachado da música comercial, Xangai lançou seu primeiro disco, ‘Acontecivento’, em 19...