O PM, o trabalhador e a mãe do bandeirinha
Se a máxima “Deus ajuda a quem cedo madruga” fosse de fato veraz, meu amigo Etevaldo Dória já teria ganhado na mega-sena, ainda que sem comprar o bilhete. Acostumado a ficar de pé, todo santo dia, em sincronia com primeiro sussurro do galo da madrugada, “Théo”, como gosta de ser chamado – e ai daquele que escrever seu nome sem o “h” –, sai pra trabalhar quando cerca de 90% das almas brasileiras ainda estão vagando despregadas das carapaças de carne e osso. Mas, como bem antes de decretar a ajuda aos “despertadores humanos” Deus encasquetou com a idéia de que, pelo menos no Brasil, o trabalhador tem de ser pisoteado, torturado, humilhado publicamente, desdenhado, enxovalhado, açoitado, massacrado e etc., num é que Etevaldo e todo o seu labor quase foram parar no xilindró um dia desses? Simplesmente porque um dito sargento da Polícia Militar invocou que o meu amigo – logo ele, que tanto sua pra pagar seus impostos – estava a perturbar a ordem pública e deixar as famílias sergipanas em si...